2022 me fez generosa comigo mesma

Por: Dani Fechine 

A sensação é de que não fiz nada de útil em 2022. Nada que pudesse contribuir para a vida de alguém. Nada que me fizesse melhor profissionalmente. Nada que me fizesse evoluir, deixar rastros. Mas eu preciso ser generosa comigo. Eu mudei a minha vida de ponta a cabeça. Foi um ano pra ser egoísta ( se é assim que chamam), e seguir a vida por mim.

Nunca me conectei tanto com quem sou de verdade. Encerrei uma história gigantesca para viver uma ainda maior: a minha. E isso foi heroico demais da minha parte.

Vivi intensamente. Tive coragem, conheci novos lugares, me aventurei com pessoas que eu jamais imaginaria ter um laço, assumi desafios profissionais, fiz amizades, desfiz outras, reconheci quem realmente deveria estar por perto e quem, estando longe, era muito melhor pra mim. Segui meu coração como nunca. Se em 27 anos eu fui emoção, em 28 eu fui o dobro. Fiz o que queria fazer. Magoei pessoas, fiz outras sorrirem e, principalmente, me trouxe de volta à vida - dancei como se não houvesse amanhã, bebi mais do que deveria, conheci pessoas de outros países, tive trocas maravilhosas com quem conhecia há bem pouco tempo. Fui intensa. Meu deus, como fui intensa.

Descobri que a hipocrisia é mais comum do que a gente imagina, que não existe respeito quando há falsidade, que não conseguimos ser inteiros quando alguém nos corta um pedaço. Mas deixo esse ano sem querer esquecer nada. Em 2022 aprendi a não me importar com o que os outros pensam, falam e fazem.

Fiz pouco pro mundo, mas muito pra mim. Tornei-me generosa comigo mesma, entendendo meus limites, vivendo intensamente sem me arrepender de ser quem eu sou.

Chego ao fim desse ano entendendo que só me sentindo completa, me amando da cabeça aos pés, me entendendo como um ser humano falho e ao mesmo tempo belo, só assim, só me aceitando por inteiro é que vou ser capaz de me sentir em casa.

Saio de 2022 com muito orgulho de mim. Abri espaço para seguir sem caminho trilhado. Aprendi a deixar a vida ser vivida. Nem dia nem hora marcada. Nos 45 do segundo tempo, entendi que não dá pra controlar esse fluxo descontínuo que mergulhei. Fiz de 2022 futuro. Agora é daqui pra frente.

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